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História do japão - Eras 1 to 5

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  • História do japão - Eras 1 to 5

    Como tou internado e vou estar mais algum tempo, decidi contribuir com isto:

    Cronologia: As eras no Japão



    Para entender melhor o Japão dos nossos dias, é preciso conhecer sua história, desde os períodos remotos. Se retrocedermos no tempo, poderemos chegar até os homens que viveram em cada época e seu estilo de vida. Nessa primeira edição vamos mostrar como é dividida a história japonesa através dos períodos ou eras.

    Era Jomon - Os homens viviam da caça e pesca, alimentando-se com carnes de veado, porco do mato, atum, salmão, mariscos e frutas como uvas e castanhas. No início, levavam uma vida nómada, descobrindo com tempo, o modo de produzir vasos de barro. Com isso, conseguem conservar e cozer os alimentos. Aos poucos, vão se agrupando e formando aldeias, fixando-se em determinados lugares. Nessa época, não havia nem ricos nem pobres.

    Era Yayoi - O cultivo de arroz e instrumentos de metal são transmitidos do continente. Com a intensificação das actividades agrícolas, e aumento da população, nascem as diferenças sociais, a classe dos ricos e pobres. Pela primeira vez, o Japão é mencionado numa escritura chinesa.

    Era Kofun - Nesta época, foram construídos muitos túmulos gigantescos em forma de montículos (Kofun), pelos clãs poderosos. Neles foram enterrados muitos objectos de metal, bonecos de barro, pedras preciosas, entre outros tesouros. No início do século VI, o budismo é transmitido ao Japão, sendo introduzida a escrita junto com sutras.

    Era Asuka - Forma-se a dinastia Yamato, após sucessivas lutas entre os clãs. Em meados do século VII, seguindo o exemplo da dinastia Tang (China), realiza a “Reforma de Taika”, definindo a organização política, o sistema tributário, etc. O príncipe Shôtoku institui os “17 códigos da Constituição”, norteados nas doutrinas de Shintoísmo, Budismo e Confucionismo.

    Era Nara - o Código Administrativo do Japão é outorgado. O budismo torna-se religião oficial. Por 7 vezes, são enviadas delegações culturais à China para absorver a sua cultura. Ao voltarem, elas divulgam budismo, confucionismo, estratégias militares, músicas tocadas na corte imperial, rituais das cerimónias, e, trazem inclusive inúmeros sutras, imagens de Buda e instrumentos musicais. É compilada a primeira antologia de poemas “Man’yoshu”, são escritos primeiros livros de história do Japão, “Kojiki” e “Nihon shoki”, e ainda, foi editado o primeiro tratado de geografia japonês, o “Fudoki”.

    Era Heian - Os japoneses começam a criar cultura própria, após ter assimilado durante anos a cultura chinesa. A permissão de apropriação das terras para uso particular dos nobres e dos templos esfacelou o ideal do Código Administrativo do Japão, que era o de Estado controlar o povo e as terras. A criação do “kana” (fonogramas), permitiu o florescimento da literatura, sendo escrito nessa época, o “Genji Monogatari”, que foi traduzido depois em várias línguas. Foi a época áurea da nobreza, em que foram criadas muitas obras de arte.

    Era Kamakura - Surgimento da classe dos samurais e estabelecimento do shogunato. O budismo passa a ser cultivado pelo povo também. Os mongóis tentam invadir o Japão por duas vezes, liderados pelo poderoso Khubilai Khan, mas nas duas vezes, o Japão foi salvo por vendavais (kamikaze = vento divino) que dizimaram a frota mongol. Surgem os monges Shinran, Nichiren e Dogen, fundadores das seitas budistas.

    Era Muromachi - Época conturbada por guerras civis. Durante um curto período, houve até dois imperadores no comando do país. As intermináveis guerras entre os senhores feudais, permitiram a ascenção dos mais fortes, mesmos daqueles de classe inferior. Início do comércio com a dinastia Ming (China), desenvolvendo as actividades económicas feitas com moedas, importadas da China. Ocorre o primeiro contacto com os portugueses que chegam à deriva no sul do Japão, trazendo a arma de fogo e o cristianismo.

    Era Azuchi Momoyama - Nobunaga Oda e Hideyoshi Toyotomi vencem inúmeras batalhas e conseguem unificar o Japão. Nessa época, os japoneses têm o primeiro contacto com países da Europa e recebem influência do cristianismo. Para demonstrar o poder, são construídos grandes castelos, decorados com extremo luxo e requinte. Por outro lado, nessa mesma época, surgem a cerimónia do chá e o teatro Noh, que pregam a elegância da simplicidade.

    Era Edo - Uma era bastante peculiar em que o país conheceu a paz durante mais de dois séculos. Houve o fechamento dos portos para as nações estrangeiras e a proibição do cristianismo. Para manter o shogunato, a família Tokugawa, adopta medidas rígidas e conservadoras, estabelecendo quatro classes sociais distintas: samurais, agricultores, artesãos e comerciantes. O Japão adopta a filosofia confucionista e institui escolas nos feudos e templos. A queda do shogunato Tokugawa é provocada por dificuldades internas e pela abertura dos portos.

    Era Meiji - Com a queda do shogunato Tokugawa e a restauração do poder imperial, faz-se uma ampla reforma. A ocidentalização do Japão ocorre a olhos vistos, tal como a adopção do calendário ocidental. A guerra sino-japonesa e a russo-japonesa implanta patriotismo no povo, reforçando o militarismo. O país passa da economia agrícola para industrial.

    Eras Taisho, Aisho e Heisei - O Japão passa por amargas experiências nas duas Grandes Guerras Mundiais. Ainda por cima, o povo sofre com danos causados pela natureza - o grande terramoto que atingiu Tokyo e imediações, e outro, mais recente, na cidade de Kobe. Torna-se o único país na face da Terra a ser bombardeado com bombas atómicas. Consegue se erguer da destruição quase que total do país, após a 2ª Guerra, chegando a fazer parte de um dos países mais rico do mundo. Passa por crises económicas, que estão sendo superadas com a adopção do sistema de redes de meios de comunicação electrónica para produção e distribuição e da tecnologia de micro-electrónica (ME) nas várias modalidades industriais.

  • #2
    1ª era - Era Jomon

    O Inicio do Povo Japonês



    Era Glacial
    Há mais de 10 mil anos atrás, quando a Terra ainda era coberta por grossa camada de gelo, o Japão ainda estava ligado ao continente asiático. Nessa época, os homens chegaram até o extremo leste do continente asiático atrás dos mamutes e outros animais, manejando lanças e arpões com pontas de pedra. Eles moravam à sombra das rochas ou nas cavernas. Ao longo dos anos, foram criando língua e cultura em comum, formando o povo japonês.

    Era Jomon
    Com o fim da Era Glacial, há cerca de 10 mil anos, o nível da água do mar foi subindo, e com isso, o Japão foi separado do continente, formando o arquipélago japonês.
    À medida que a Terra foi se aquecendo, os mamutes e outros animais gigantescos vão sumindo, e os veados, porcos do mato e outros animais menores vão aumentando. Como são animais mais ligeiros, os homens começam a utilizar muito o arco e a flecha. Além dos animais, os homens, alimentavam-se de frutas, castanhas, peixes e mariscos.
    Os homens começam a produzir utensílios de barro, inicialmente utilizados para cozinhar alimentos e, mais tarde, para armazenar e conservar alimentos. A maioria dos utensílios dessa época possui ornamentações (MON) impressas com leve pressão de cordas (JÔ ou NAWA) sobre a sua superfície. Daí o nome Jomon, ou seja, ornamentações de marcas da corda.
    Os homens passam criar grupos, cavam covas e, sobre elas, armam tectos cobertos com colmo nos locais propícios à caça e pesca, formando pequenas aldeias. Na época não havia distinção entre ricos e pobres. Todos dividiam os alimentos que provinham da natureza. Assim os homens respeitavam e ao mesmo tempo temiam a fúria da natureza. Para acalmar a fúria, eles criam rituais. Eram animistas, acreditando na existência de alma em tudo, nos rios, nas montanhas, nas pedras, etc.
    Com a crescente migração do povo altamente desenvolvido do continente asiático, o Japão conhece o cultivo de, trigo e sorgo, inicialmente, e arroz posteriormente, encerrando assim, a era Jomon.
    Além de utensílios de uso prático, como vasos, potes e tigelas, os homens da Era Jomon produziram muitos bonecos de animais e homens, assim como estatuetas de terracota, que provavelmente foram utilizados para rituais, cerimónias ou ainda como amuletos.

    Enquanto isso, no resto do mundo:

    • As pequenas nações em volta do Rio Nilo são unificadas, surgindo a civilização egípcia (3000 anos A.C.). Eles criam o calendário, que subdivide o ano em 365 dias.
    • Entre o Rio Tigre e o Rio Eufrates surge a civilização mesopotâmica (2350 anos A.C.). Eles criam letras cuneiformes, sistema de 7 dias da semana, leis, etc.]
    • Às margens do Mar Mediterrâneo e suas ilhas costeiras surge a civilização grega. Deixa legados inestimáveis de obras de arte que data de século 11 A.C. a século 1 A.C.
    • No século 1 A.C. os romanos dominam a região do Mar Mediterrâneo e estabelece o império romano. Asfaltaram as ruas com paralelepípedos, criaram sistema de canalização das águas.
    • Às margens do Rio Indu, há aproximadamente 2500 anos A.C., nasce a civilização Indu, sendo invadido pelos arianos, o povo é submetido ao rígido sistema hierárquico de castas.
    • Nas bacias do Rio Amarelo habitavam o povo Han, mais tarde unificado por dinastia Han (206 A.C. a 220 D.C.). Criam muitas obras de bronze, e os ideogramas.
    • Surge o filósofo chinês Confúcio (551 A.C. a 479 A.c.)
    • Surge Sidarta Gautama(463 A.C. ? a 383 A.C.?), o Buda, fundador do Budismo.
    • Construção da grande Muralha da China (iniciada em 202 A.C. e estendida até a dinastia Ming) , com aproximadamente 2.400 km.
    • Nasce em Belém, Jesus Cristo (4 A.C.? a 30 D.C.?)


    A criação do mundo, segundo a mitologia Japonesa:
    Os deuses começaram a habitar primeiramente em um lugar chamado Takamagahara. Quando chegou a sétima geração desses deuses, o deus chamado Izanagi, ou o Pai do Céu, e a deusa chamada Izanami, ou a Mãe da Terra, receberam do Senhor do Céu uma lança e, sobre uma ponte flutuante do céu (Ama-no-ukihashi), mexeram o mar com essa lança. Das gotas de sal que caíam e se solidificavam, formou-se uma ilha chamada de Onokoro. Os dois desceram até a ilha, escolheram a coluna celeste e construíram um palácio.
    Izanami deu uma volta na coluna celeste e, ao ver Izanagi, falou: “Que homem bonito!”. A seguir, Izanagi disse: “Que mulher bonita!”. E assim os dois se tornaram um corpo só e começaram a criar outras ilhas. Porém, quando olharam para elas, perceberam que não estavam muito boas. Então, voltaram ao céu para consultar os outros deuses. Eles explicaram aos dois que não é bom que uma mulher dite as primeiras palavras. Assim, o casal retornou ao palácio e, dessa vez, foi Izanagi quem dirigiu as primeiras palavras à Izanami. Unidos dessa forma, começaram a nascer belas ilhas, uma após a outra. Primeiro nasceu a ilha de Awaji, depois a de Shikoku, em seguida a de Honshu e as demais, totalizando oito ilhas. Além delas, Izanami procriou o Deus da Montanha, do Mar, do Vento, e mais 35 deuses. Ao dar à luz ao seu último deus, o Deus do Fogo, morreu queimada.
    O mundo dos mortos
    Não conseguindo esquecer Izanami, Izanagi vai até o mundo dos mortos para encontrá-la. Izanami fica feliz e deseja muito retornar à Terra, mas pede a Izanagi para não olhá-la até que o Deus da Morte lhe dê permissão para retornar. Ansioso demais para revê-la, Izanagi quebra a promessa e acaba olhando para sua amada. Qual não foi o seu susto! O corpo dela estava coberto de vermes e com oito tipos de trovão. Assustado, Izanagi começa a fugir. A mulher tenta aprisioná-lo enviando a tropa dos deuses do trovão. Na fuga, Izanagi apanha três pêssegos e atira-os contra os perseguidores, que são afugentados pelo seu poder mágico. Ele fecha a entrada do Mundo dos Mortos com uma pesada rocha que demandaria a força de mil homens para removê-la. Bastante irada, Izanami roga uma praga, dizendo de trás da rocha: “Para me vingar de ti, matarei por dia, mil homens do seu país!”. Izanagi responde: “Então farei com que nasçam 1500 crianças por dia!”.
    O nascimento da deusa do Sol, Amaterasu

    Izanagi purifica o seu corpo maculado por ter ido até o mundo dos mortos, através de outros relacionamentos. Nessa ocasião também nasceram muitos deuses. Por último, enquanto ele lavava seu rosto, do olho esquerdo nasceu a Deusa Amaterasu (a Deusa do Sol) a quem concede o domínio de Takamagahara e, do olho direito nasce Tsukuyomi-no-mikoto, a quem concede o domínio da noite, e do nariz nasce Susano-no-mikoto a quem concede o domínio do mar. Para a Deusa Amaterasu, ele ofereceu um colar feito de pedras. Com o nascimento desses deuses, que fornecem energia para o sol, para a lua e para o mar, dando-lhes vida e movimento, iniciam-se as atividades do universo.
    A Deusa Amaterasu é a figura central e de maior importância na mitologia japonesa. Foi ela quem deu origem à família imperial. Ela é objecto de culto no Templo Ise, pertencente à família imperial. Até antes da Segunda Guerra, os japoneses acalentavam o desejo de visitar o local pelo menos uma vez na vida. Não por ser o templo da família imperial, mas para rezar e pedir por uma farta colheita à deusa Amaterasu, fonte da vida, ao Deus da Água Sarutahiko, e à Deusa dos Cereais, Toyouke.

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    • #3
      2ª era - Era Yayoi

      Era Yayoi




      Desenvolvimento japonês

      Origem do cultivo de arroz•
      Por volta de século III A.C., devido às dificuldades enfrentadas em torno da política da Dinastia Han (actual China), muitos chineses migraram para o Japão, atravessando a Península Coreana. Esses chineses introduzem no Japão o cultivo de arroz. Assim, aos poucos, os nativos do arquipélago deixam a vida nómada de caça e pesca, e começam a fixar residência. As primeiras moradias fixas consistiam em covas rasas, cobertas com colmo. Pode-se dizer que foi o primeiro marco da revolução no campo.
      Logo, o cultivo do arroz foi ganhando terreno, e, ao longo dos 100 anos seguintes, passou a predominar como a principal actividade económica das regiões de Kinki(1), Kanto(2) e Tohoku(3). Em 1943, foram descobertas 12 habitações nas escavações arqueológicas de Toro (província de Shizuoka) e, nos arredores do arrozal ali localizado, encontraram-se canais, celeiros de palafitas, poços e utensílios feitos de madeira. Um detalhe curioso é que nas paredes dos celeiros havia uma espécie de aba de protecção estrategicamente colocada junto ao celeiro, a fim de impedir a entrada de ratos.
      Até a descoberta das ruínas de Toro, embora houvessem algumas citações em Koji-ki e Nihon-shoki (registros históricos escritos no século 8) referentes às habitações, utensílios e estilo de vida da época, tudo não passava de lendas, pois não existiam provas concretas. Porém, através dos vestígios de arrozais encontrados nas escavações de Itatsuki, na cidade de Fukuoka, em 1980, pode-se deduzir que os homens da Era Yayoi utilizavam enxadas de madeira para arar a terra, fazer valetas e caminhos, jogavam sementes na terra, e na colheita, ceifavam as espigas com facas feitas de pedra. Sabe-se que eram cultivados também trigo e soja, entre outros.

      Os vasos em estilo Yayoi e utensílios de cobre
      Receberam a denominação de vasos em estilo Yayoi, porque os primeiros foram descobertos no bairro de Yayoi. Caracterizam-se por serem mais finos, duros e possuírem menos adornos do que os vasos da Era Jomon. Os seus formatos diferem conforme o seu emprego, ou seja, se são destinados para cultos religiosos, cozimentos, conservas, recipientes para água ou alimentos.
      A partir dessa era, começam a surgir utensílios de ferro, cobre, etc. O ferro foi utilizado para fazer instrumentos agrícolas, facas, espadas, lanças e entre outros. Os espelhos de cobre encontrados nas tumbas de grandes clãs foram utilizados, inicialmente, como presentes e como um dos objectos sagrados para cultos religiosos.
      Os sinos de cobre também foram utilizados como parafernália de cerimónia religiosa, ou talvez, também como instrumento musical. Na superfície dos sinos observam-se as mais variadas figuras que nos levam a ter ideia da vida daquela época, tais como: homens caçando, mulheres sovando os cereais no pilão e as palafitas que serviam como celeiro ou depósito. A escolha de cobre para cunhar lindas figuras parece ser comum em quaisquer civilizações.

      Os cadáveres contam a história
      Na sociedade cuja actividade principal é o cultivo de arroz, naturalmente, com o tempo, acabam-se criando a classe dos mais favorecidos e a dos menos favorecidos. À medida que a diferença entre os pobres e os ricos se acentua, surgem a classe dominante e a dominada que vão se agrupando e formando aldeias, que por sua vez se unem em pequenos países. O surgimento das diferenças sociais é o momento também do início das lutas pelo poder. As valas em volta da aldeia comprovam as lutas entre as aldeias. Além disso, foram encontrados esqueletos humanos com pontas de flecha feitas de pedras trespassando os ossos.
      Nas tumbas dos clãs foram encontrados também muitos objectos de adornos feitos de jade, ágata, ouro, cristal ou argila, com orifícios na parte superior para passar um cordão.
      Pelas análises dos ossos encontrados nas escavações, podemos supor que os homens das remotas épocas também sofriam dos males semelhantes aos que enfrentamos hoje, como fractura dos membros, sinusite, poliomielite e artrite, etc. Ainda, segundo os antropólogos, o índice de sobrevivência de indivíduos de até 15 anos era de 40%. Consequentemente, a idade média de vida, tanto para o homem como para a mulher, deveria ter sido de 20 a 30 anos. Além disso, pelas arcadas dentárias é possível supor que as mulheres arrancavam os dentes incisivos e caninos quando se casavam ou na segunda núpcia.
      Um dos factos do final da Era Yayoi que podemos saber com certeza é sobre o país chamado Yamatai-koku e a sua rainha Himiko que consta no registro da China intitulado Gishiwajin-den.

      Rainha Himiko

      A lendária rainha de Yamatai foi escolhida para governar a nação no século III;
      Este episódio do Japão, encontrado em manuscritos da China, é famoso por contar a história de um governo que restaurou a paz no arquipélago japonês, antes dominado por sangrentas batalhas.
      Por volta do anno Domini (século I), havia em Wa (denominação dada pelos chineses ao arquipélago japonês) mais de cem pequenas nações (tribos). A partir do final da Era Yayoi (século III), estas pequenas nações começaram a ser, pouco a pouco, subjugadas por outras mais poderosas. Dentre elas, destacou-se a nação Yamatai, governada por uma rainha chamada Himiko, que dominava mais de 30 nações.
      A nação Yamatai, no início, era governada por um homem. Porém, as intermináveis batalhas que tomavam conta de todo o país fizeram com que os chefes das nações pertencentes a Yamatai elegessem uma mulher como líder. Assim, início do século III, Himiko foi escolhida para governar a nação.
      Uma aura de mistério foi criada à volta de Himiko, pois ela morava num casarão cercado por muros altos e fortemente protegido por soldados, tendo a seu serviço perto de mil escravos. Ela nunca se casou e manteve-se isolada do mundo exterior. Todas as mensagens eram transmitidas por seu irmão, um fiel aliado e seu assessor directo. Himiko tornou-se uma espécie de xamã da nação, pois, sempre que lhe era pedido um conselho, ela retirava-se no oráculo, rezava a noite inteira e transmitia as revelações divinas na manhã seguinte, por intermédio de seu irmão. Acredita-se que ela realmente possuía o poder de prever o futuro, pois as medidas e as decisões tomadas mostravam-se sempre correctas.
      Após a elevação de Himiko ao governo de Yamatai, a paz reinou no Japão. Para consolidar o seu poder, em torno de 239, Himiko mandou uma missão à distante Wei, uma das nações da China. Nesta época, a região estava dividida em três nações: Wu (em japonês “Go”= ), Shu (em japonês “Shoku”= ) e Wei (em japonês Gi = ), sendo esta última considerada a mais poderosa dentre as três.
      A missão fez uma viagem de muitos meses pelo mar e depois por terra, finalmente chegando à capital Loyang. Lá, conseguiram uma audiência com o imperador de Wei e entregaram-lhe os presentes oferecidos pela rainha Himiko. Segundo o registro desse país, os presentes oferecidos foram: quatro escravos, seis escravas e tecidos. O imperador de Wei, por sua vez, retribuiu os presentes enviados pela rainha, concedendo-lhe o título de Shingiwao, ou seja, “Rainha de Wa (Japão), da nação aliada de Wei”. Além do título, presenteou-a com um selo de ouro e cem espelhos de cobre considerados sagrados.
      A paz que havia voltado ao Japão após o reinado de Himiko foi rompida pela rebelião da nação vizinha Kunakoku. A batalha foi bastante violenta e, para conter o inimigo, por volta de 247, a rainha Himiko pediu ajuda ao reinado de Wei (China). O imperador declarou o seu pronto apoio enviando ao Japão a tropa chinesa comandada por Chang Cheng. Com esse reforço do país aliado, Himiko conseguiu superar a crise.
      Não se sabe com exactidão quantos anos a rainha Himiko viveu, porém, supõe-se que ela tenha tido uma vida bastante longa. Quando Himiko morreu, um grande túmulo foi construído e foram enterrados com ela mais de cem escravos.
      Após a sua morte, um homem assumiu o poder em Yamatai. Entretanto, logo reiniciou-se a guerra das nações pelo poder. O conselho reuniu-se e resolveu colocar no trono uma outra mulher. A escolhida foi Iyo, uma menina de apenas 13 anos, que conseguiu em seu governo restabelecer a paz seguindo a mesma linha política adoptada pela rainha Himiko.
      Sabe-se da existência da nação chamada Yamatai e da rainha Himiko por registros da história de Wei (China); entretanto, até hoje é desconhecida a localização exacta da nação Yamatai no arquipélago japonês. Existem duas teorias quanto à sua localização: uma é a de que ela existiu ao norte da ilha de Kyushu (abrangendo as províncias de Oita, Fukuoka, Saga, Nagasaki, Kumamoto, Kagoshima e Miyazaki); e a outra, na região de Kinki (abrangendo as províncias de Quioto, Nara, Shiga, Osaka, Hyogo, Mie e Wakayama).
      Como viviam os japoneses no século III?
      Registro de Wei – relatos sobre Wa (Gishi Wajin-Den).
      Os homens de Wa não usavam chapéus, amarravam uma tira de tecido na testa e cobriam-se com tecidos enrolados ao corpo e amarrados na cintura. As mulheres vestiam roupas feitas com tecido bem largo, com um corte no meio do pano, por onde passavam a cabeça para vesti-las. Plantavam pés de arroz e cânhamo e criavam bichos-da-seda. Quando as pessoas de hierarquia superior passavam pela rua, as de classes inferiores escondiam-se atrás de moitas e, ao dirigirem-lhes a palavra, ajoelhavam-se com as mãos apoiadas no chão.
      O que Himiko comia?
      A rainha de Yamatai teve, para a época, uma vida muito longa, alimentando-se basicamente de soja, verduras e arroz. Além desses pratos triviais, peixes também eram servidos, ou seja, desde aquela época, os pratos principais dos japoneses eram à base de arroz, soja, verduras e peixes.

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      • #4
        História do japão - Eras 1 to 5

        falta ai uma era muito importante.....a era Toyota...


        :twisted: :twisted: :twisted:

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        • #5
          História do japão - Eras 1 to 5

          Vou tentar meter aki 2 ou 3 eras por dia....

          Tenho muito tempo livre....

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          • #6
            História do japão - Eras 1 to 5

            Pilot (curiosamente, não sei como te chamas na realidade, acreditas?).

            Moço, posso dizer-te que conseguiste fazer-me carregar o PRINT. Coisa que ando a tentar não fazer há meses (para poupar).

            Sempre fui um grande aficcionado pelo poovo japones. E este teu post foi directo à mouche.


            Impecável, e estás de parabéns.
            Já agora... Obrigado pelo post, na parte que me toca.

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            • #7
              História do japão - Eras 1 to 5

              jovem se internado poes topics deste nivel tens ficar internado mas é 365 dias por ano....estas mto la

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              • #8
                História do japão - Eras 1 to 5

                Sim senhor :onda :palmas :palmas

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                • #9
                  História do japão - Eras 1 to 5

                  Originally posted by esteves
                  jovem se internado poes topics deste nivel tens ficar internado mas é 365 dias por ano....estas mto la

                  e ratava-te qnd? tinha de pelo menos sair ´noite.....

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                  • #10
                    História do japão - Eras 1 to 5

                    Grande post mesmo... à que tempos que não lia um post tão longo.

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                    • #11
                      História do japão - Eras 1 to 5

                      Mas vale a pena ler... ;)

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                      • #12
                        História do japão - Eras 1 to 5

                        Estive cautelosamente a ler a história das Eras Japonesas... posso dizer que muito se explica da forma de ser dos Japoneses.

                        Muito curioso.
                        O culto da simplicidade!

                        Comentar


                        • #13
                          História do japão - Eras 1 to 5

                          Originally posted by DXCup-Faroia
                          Muito curioso.
                          O culto da simplicidade!
                          O meu nick começa a fazer mais sentido? ;)

                          Comentar


                          • #14
                            História do japão - Eras 1 to 5

                            Exclente. 8)

                            :ok

                            Comentar


                            • #15
                              História do japão - Eras 1 to 5




                              Era Kofun
                              Tumbas: símbolos de poder
                              A Era Kofun ganhou esse nome em virtude das grandes tumbas antigas do final da Era Yayoi. Elas estão em Quioto, Nara, Osaka, Okayama, Shimane, Fukuoka, etc. Como mencionado no capítulo anterior, sabe-se que a rainha Himiko governou a nação Yamatai mantendo intenso intercâmbio com a China. A Era Kofun inicia-se depois desse episódio.
                              A cultura transmitida pelos migrantes (torai-jin)
                              A chave para a construção das gigantescas tumbas reside nos migrantes (torai-jin) que chegaram ao arquipélago japonês pela península coreana. Acolhidos quando a península coreana estava em guerra, os migrantes, que receberam cargos de elite na corte de Yamato, transmitiram a tecnologia da construção de tumbas e também de grandes templos, além de técnicas de forja, de sericultura, de tecelagem, de cerâmica e outras.
                              Este movimento migratório data desde a época da mudança da Era Jomon para Yayoi, quando muitos migrantes chegaram ao Japão. Actualmente, a teoria predominante da origem do povo japonês é de que ele surgiu da mistura do homem Jomon com os migrantes.


                              A corte de Yamato
                              Poderosos clãs construíam tumbas já por volta do século V, principalmente os clãs da região de Yamato. O governo era liderado pelo imperador e dividia as funções administrativas, instituindo o sistema de uji (grupo de pessoas da mesma linhagem) e de kabane (hierarquia dos clãs regionais que serviam à corte). Os clãs regionais forneciam produtos da terra à corte. Os grupos de uji cultuavam os seus deuses, tinham suas propriedades, controlavam o seu povo e serviam à corte.
                              Na hierarquia, existia o equivalente ao pária (camada mais baixa do sistema de castas da Índia). Eram os nuhi, da corte e dos templos, homens e mulheres escravos vendidos livremente.
                              No final do século IV, a corte de Yamato expandiu seu território até a região de Kara (sul da península coreana), alcançando poder militar suficiente para guerrear contra nações coreanas como Kokuri e Shiragi, aliando-se a Kudara.



                              Tumba Daisen
                              A tumba Daisen, do imperador Nintoku, em Osaka, é a maior do mundo, com 475 metros. Supondo que 6.800 mil pessoas tenham trabalhado na construção do túmulo, mobilizando 2 mil pessoas por dia, a obra levaria quinze anos para ser concluída. O montante gasto é calculado em 79.600 biliões de ienes. Mesmo com a actual tecnologia, seriam necessárias 29 mil pessoas, dois anos e seis meses, com o custo total de 2 biliões de ienes.

                              Torai-jin
                              O imperador Akihito, durante pronunciamento de abertura da Copa do Mundo de Futebol Japão – Coréia, em 2002, disse que a mãe do imperador Kanmu (737-806) era torai-jin (migrante).

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