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História do japão - Eras 1 to 5

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  • #16
    História do japão - Eras 1 to 5




    Era Asuka
    A Era Asuka (593 – 710) não é apenas uma subdivisão da Era Kofun, como pensam alguns historiadores. É um período importante da história japonesa, em especial da arte e da cultura do país. Foi nessa Era que floresceram obras de arte búdicas de relevante valor artístico. A transição de uma nação orientada pelo credo xamanista para uma nação institucionalizada, norteada pelas doutrinas confucionistas e budista, em que grandes clãs começaram a substituir tumbas monumentais por templos budistas aconteceu na Era Asuka. São templos construídos com extremo requinte, com imagens de Buda que são verdadeiras obras de arte. Entre esses, destaca-se o templo Hôryû-ji (607), construído totalmente em madeira, considerado património da humanidade desde 1993.
    Na Era Asuka, a corte de Yamato, proveniente da região de mesmo nome (actual Nara e suas imediações), foi solidificando sua estrutura política, dominando os demais clãs. A figura central do Ôkimi (Grande Soberano) liderava a corte de Yamato. Clãs possuíam a função de ministros. Criaram-se cargos distintos, que passaram a ser hereditários, transformando-se de nação de carácter mágico - ritualista, do tempo da rainha Himiko, para a de estrutura administrativa que se aproxima da moderna.
    Quando a soberana Suiko (592 – 628) tomou posse, em fins do século VI, seu sobrinho, o príncipe Shôtoku (574 – 622) tornou-se regente e, junto com o poderoso clã Soga-no-Umako, desenvolveu uma política para consolidar o sistema governamental do país. Assim, no ano de 603, foi criado, pelo príncipe Shôtoku, o Kan’i jûnikai (doze graus de hierarquia burocrática), para a valorização de burocratas. Em 604, ele instituiu o Kenpô Jûshichi-jô (17 Códigos da Constituição), mais preceitos morais norteados nas doutrinas de, principalmente, Budismo e Confucionismo. Com o objectivo de absorver o novo sistema político e cultural mais avançado, foram enviadas à China (na época, governada pela dinastia Sui) cinco missões de estudiosos e monges, o chamado kenzui-shi (missão a Sui, em japonês “ -Zui”).
    Com a morte do príncipe Shôtoku, o clã Soga aumentou seu poder. Insatisfeito com isso, o príncipe Naka-no-Ôoe (mais tarde, imperador Tenji), em conspiração com Nakatomi-no-Kamatari (posteriormente Fujiwara-no-Kamatari), destruiu o clã Soga (645) e, consultando aqueles que tinham ido estudar na China (na época, governada pela dinastia Tang), iniciaram a reforma política para construir uma nação sólida. Essa reforma ficou conhecida como Reforma de Taika, pois nesse ano foi instituído o sistema de nengô, nome dado a certo período de anos e adoptado até hoje. O primeiro nengô foi da era Taika (645 – 650).
    A Reforma de Taika transformou os terrenos de propriedade particular da família imperial e dos clãs em propriedade pública. O povo (agricultores) também passou ao controle do poder central (imperador). Instituiu-se, assim, um novo sistema de controlo nacional, bem como de cobrança de impostos, feito pelo ministro da família (koseki).
    Com a morte do imperador Tenji, iniciaram-se as guerras pelo poder, vencidas pelo imperador Tenmu, que continuou com a reforma política e o fortalecimento do poder imperial. A sua sucessora, a imperatriz Jitô, instalou-se na região de Asuka (planície de Nara) e concluiu a reforma em 701 (primeiro ano da Era Taihô), que chamou de Taihô Ritsuryô, originando o sistema político norteado por ritsu (judiciário) e ryô (legislativo), que perdurou por muito tempo.
    O sistema político ritsuryô devolveu o poder ao imperador, instituiu oito ministérios, cujos ministros foram escolhidos dos grandes clãs que despontaram desde a época da Reforma de Taika. A eles, foram atribuídos direitos, inclusive o título de nobreza, que passou a ser hereditário, criando, assim, classes sociais distintas. O Japão foi dividido em 60 koku (municípios), e cada koku foi subdividido em gun (freguesias); os gun, em pequenos ri (vilas). Cada koku era governado por um kokushi enviado pela capital, que, por sua vez, indicava os clãs para a administração do gun (gunji) e do ri (richô).
    O ritsu estabelecia cinco penalidades de acordo com a gravidade do crime, sendo a mais leve a pena de açoite, e a mais pesada a pena de morte. Os crimes leves eram julgados pelos chefes da comarca (gunshi); e os graves, pelos ministros, ou mesmo pelo imperador. No norte da ilha de Kyushu, foi instalado, excepcionalmente, o dazaifu, para a defesa nacional, assim como para governar toda a ilha.
    A cada seis anos, a corte renovava o koseki (ministro da família), atribuindo a todo indivíduo a partir de 6 anos de idade a sua parcela de arrozal (kubunden), que era devolvida à corte por ocasião de sua morte para sua redistribuição. Os agricultores, além de pagar imposto por seu kubunden, eram recrutados para prestar serviços em obras diversas e obrigados a prestar serviço militar. Em 710, foi construída uma nova capital em Nara, a oeste da actual cidade de mesmo nome, iniciando-se a Era Nara.

    Príncipe Shôtoku
    Panorama da época
    O budismo foi introduzido ao Japão por volta de 538 (ou 552, segundo algumas teorias) pelos migrantes (torai-jin), quando no país já existia o shintoísmo, fé nativa. Desde o século V, os intelectuais liam o Analecto de Confúcio (uma colecção de escritos e ditos célebres de Confúcio) trazido por Wani, um torai-jin coreano de Kudara, recebendo, inclusive, estudiosos que chegaram à terra japonesa para ensinar a doutrina confuciana.
    Na corte de Yamato, houve um conflito entre os partidários que defendiam o budismo (clã Soga) e os que o repudiavam (clã Mononobe). Em 587, o clã Soga derrota o clã Mononobe, e uma mulher é indicada para ocupar o supremo cargo, a imperatriz Suiko. Assim como nos tempos de Himiko, ela obteve muitos êxitos na construção de uma nação melhor estruturada, regida pelo seu sobrinho, o príncipe Shôtoku. Juntos, ao longo de 36 anos, eles modernizaram o sistema político, económico e diplomático e ainda colaboraram para a difusão do budismo.
    Perfil do príncipe Shôtoku
    O ídolo da História Antiga do Japão nasceu em 574, tendo como pai o imperador Yômei e como mãe Anahobe. O seu verdadeiro nome, Umayado (literalmente, porta do estábulo), deve-se, segundo a lenda, ao fato de Anahobe ter começado a sentir as contrações do parto na frente do estábulo real. Após a idade adulta, Umayado recebeu o cognome de Toyotomimi (ouvidos sábios), por sua inteligência aguçada e sabedoria ímpar. Uma lenda diz que ele conseguia ouvir reivindicações de dez pessoas ao mesmo tempo e encontrar soluções satisfatórias para todas.
    Desde a tenra idade, ele dedicava-se aos estudos, demonstrando rara inteligência. Era totalmente devotado ao budismo e, juntamente com sua tia, a imperatriz Suiko, realizou inúmeras reformas políticas.
    “Shôtoku”, cujo sentido literal é “virtude sagrada”, foi o cognome que se irradiou após o seu falecimento, em 622, devido aos seus feitos. Na velhice, afastou-se da política e dedicou-se à difusão do budismo, escrevendo obras sobre as interpretações de sutra, entre elas, San-gyôgisho.
    Kan’i jûnikai (doze graus de hierarquia burocrática)
    Este foi o primeiro sistema hierárquico do Japão, criado em 603 pelo príncipe Shôtoku que, por sua vez, recebeu forte influência da China. Chamou-se kan’i (hierarquia por chapéu), porque a distinção das hierarquias era feita pelo uso de chapéu de diferentes cores, e jûnikai (doze classes), por causa da divisão em 12 classes hierárquicas. Estas eram concedidas para pessoas de real valor e não eram hereditárias. No início, destinavam-se aos súbditos directos da corte, ou ainda aos chefes de clãs da região de Nara e suas imediações, onde se instalou a corte imperial. Porém, com o passar do tempo, essas classes hierárquicas foram estendidas aos chefes de clãs de todo o Japão.

    Criação do Kenpô Jûshichi-jô (17 códigos da Constituição)
    Não se pode dizer que esta seja uma “constituição” em seu real sentido, ou nos moldes actuais, e sim preceitos morais que serviam de directriz para a conduta dos “funcionários públicos”.
    No Kenpô Jûshichi-jô, nota-se nitidamente a forte influência dos pensamentos budista e confucionista.
    A ênfase à conduta conciliatória é bastante peculiar dentro do sistema de imperialismo absoluto.
    Difusão do budismo
    Por incentivo do príncipe Shôtoku, vários templos foram construídos no Japão. As construções proporcionavam a difusão em larga escala de técnicas de confecção de papel, pintura e outras formas de arte. O Templo Hôryû-ji (província de Nara), considerado o mais antigo templo de madeira do mundo, foi construído em 607. No início, era uma espécie de templo - escola para estudar o budismo. O templo Shitennô-ji (província de Osaka) foi alvo de admiração das delegações chinesas e coreanas que contemplaram, de seus navios, a sua magnífica construção. Nesse período, foram introduzidos no arquipélago muitos livros sobre budismo, astronomia, etc., iniciando-se a compilação da História do Japão tal como Tennô-shi (História dos Imperadores).
    Relações diplomáticas
    Em 607, o príncipe enviou o alto funcionário da corte, Ono-no-komachi para Sui como portador do documento credencial, abrindo, dessa forma, o caminho para relações diplomáticas em pé de igualdade com a China. Foram enviados os promissores funcionários jovens e monges eruditos para absorverem a cultura avançada da dinastia Sui (China). Esses preciosos recursos humanos levaram à Reforma de Taika.

    Kenpô Jûshichi-jô

    • Código 1 – Deve-se respeitar a harmonia e a hierarquia. A política deve ser conduzida com cooperação.
    • Código 2 – Deve-se cultivar os três tesouros, que são: Buda = o sábio; as leis = os ensinamentos do Buda; sacerdote = o grupo que aceita com alegria os ensinamentos e os pratica.
    • Código 3 – Deve-se obediência ao seu senhor. O senhor é o Céu, e o súbdito é a Terra.
    • Código 4 – Os funcionários da corte devem ser cordiais com o povo.
    • Código 5 – Ao julgar a queixa (denúncia) do povo, deve se proceder com imparcialidade.
    • Código 6 – Fomentar o bem e aplicar o correctivo nos maus actos servirá de exemplo ao povo. Elogiar o superior e falar mal dos erros de seus súbditos não é ser fiel ao seu senhor.
    • Código 7 – Cada um tem a sua missão a cumprir, e tudo sairá bem se o cargo público for ocupado por alguém competente.
    • Código 8 – Os funcionários da Corte deverão chegar cedo e voltar tarde. Se chegarem tarde, não conseguirão atender aos imprevistos e, se voltarem cedo, não conseguirão terminar o serviço do dia a contento.
    • Código 9 – Se os funcionários forem íntegros, qualquer empreendimento terá êxito. A integridade é a base da justiça.
    • Código 10 – Deve-se conter a ira e deixar de lado o ódio, não se aborrecendo por causa da discórdia.
    • Código 11 – Observe atentamente o bem e o mal. Sempre se deve premiar o bem e castigar o mal.
    • Código 12 – Os chefes de comarcas não poderão receber presentes, nem recrutar mão-de-obra por conta própria. Para o povo, não deve haver dois senhores.
    • Código 13 – Todos deverão estar a par dos trabalhos realizados pelos colegas, pois não se deve deixar parado um trabalho, caso alguém tenha que faltar por estar doente.
    • Código 14 – Os funcionários da corte não deverão ter ciúme, pois ele cega-os perante a competência alheia.
    • Código 15 – Deve-se procurar os benefícios públicos, abandonando os sentimentos pessoais.
    • Código 16 – Deve-se recrutar o povo levando em consideração a época. Utilizem o trabalho do povo no Inverno, quando há mais tempo livre. Da Primavera ao Outono, é a época de trabalho no campo ou da sericultura.
    • Código 17 – Os problemas graves devem ser discutidos exaustivamente entre os funcionários, para a busca de uma solução.

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    • #17
      História do japão - Eras 1 to 5




      Era Nara
      Ao conquistar a estabilidade com o sistema político de Ritsuryô, a corte imperial mudou a capital para cidade de Heijô, a oeste de Nara, dando início à Era Nara, em 710.
      A cidade de Heijô foi construída seguindo o modelo da capital chinesa da época, Changan, com ruas simetricamente dispostas como em um tabuleiro de xadrez. A cidade chegou a contar com mais de 100 mil habitantes e, nas ruas principais, perfilavam-se as mansões dos nobres, os templos budistas e também as casas do povo. Criaram-se feiras controladas pela corte, intensificando o comércio, que deu origem às primeiras moedas japonesas, embora no interior os tecidos e o arroz ainda desempenhassem a função de moedas.
      A agricultura também ganhou novo alento com a difusão de ferramentas agrícolas e o progresso nas obras de irrigação. Além disso, os minérios são explorados em maior escala, tais como ouro da região de Mutsu (actualmente, províncias de Fukushima, Miyagi, Iwate e Aomori) e cobre da região de Suô (actualmente, província de Yamaguchi), fatos que também contribuíram para o início da cunhagem de moedas.
      Com o aumento do poder da corte Yamato, sua área de domínio passou a abranger regiões mais longínquas. A corte dominou desde o povo Emishi, ao norte do Japão, até o povo Hayato, ao sul da ilha de Kyûshû.
      Kentô-shi (Missão a Tang)
      Na Era Nara, para absorver a cultura avançada da dinastia Tang (China), foram enviadas várias missões.
      Normalmente, a missão partia numa frota de 4 navios e era composta por 100 a 250 pessoas, embora uma missão tenha chegado a ter 500 pessoas. Nem o perigo das ondas revoltas do Mar do Japão ou do Mar da China desanimou essa delegação, composta por estudiosos, monges e bolsistas, que tinha uma grande vontade de aprender a cultura chinesa, nova e mais avançada. Assim, as missões a Tang contribuíram muito para o desenvolvimento político e cultural do Japão.
      Ainda, nessa época, o Japão manteve intensa relação diplomática com Shiragui (Coreia) e Pohai, uma nação que existiu ao norte da China entre 698 ~ 926.
      As mulheres no poder
      A Era Nara também é conhecida como era das imperatrizes, já que houve muitas mulheres governantes que se destacaram por sua sabedoria e sagacidade. Nos 74 anos da Era Nara, cerca de 30 anos ficaram sob o governo das imperatrizes Genmei (707~715), Genshô (715~724), filha da imperatriz Genmei, e Kôken (749~758) que, mais tarde, assumiu novamente o poder sob o nome de imperatriz Shôtoku (764~770).
      A construção da capital em Heijô (Nara), a cunhagem da moeda e a edição das obras Koji-ki (história do Japão) e Fudo-ki (geografia do Japão) ocorreram no mandato da imperatriz Genmei. No governo de Genshô, foram concluídos o Código de Direito Yôrô Ritsuryô (obra com alterações parciais do Taihô Ritsuryô) e o livro de história oficial do Japão, o Nihon Shoki.
      Os 25 anos de governo do imperador Shômu (724~749) não podem ser contados sem mencionar sua esposa, a imperatriz Kômyo, filha do poderoso clã Fujiwara-no-Fuhito. Conhecida por sua alma caridosa, ela construiu instituições como Seyaku-in, para medicar e ajudar os doentes, e Hiden-in para abrigar os pobres, doentes e órfãos. Devota do budismo, Kômyo contribuiu para a construção do templo Tôdai-ji, conhecido pela imagem gigantesca do Buda.
      A Era Nara, a exemplo de outros tempos governados por mulheres, conheceu a paz e o florescimento da cultura.
      Cultura Tenpyô
      Recebe este nome por ter florescido na era Tenpyô (729~749). Sob forte influência chinesa, foram criadas muitas obras búdicas e muitos templos foram construídos, entre eles, o famoso templo Tôdai-ji, que ainda hoje possui um acervo fabuloso de obras de arte, inclusive obras indus e persas que, passando pelo caminho da seda (Silk Road), foram levadas a Tang (China), e mais tarde, ao Japão.
      O perseverante monge Ganjin (688 ~ 763)
      Para fomentar o budismo, o Japão convidou Ganjin, monge chinês conhecido por suas virtudes, para divulgar os preceitos do budismo. Ele aceitou o convite e tentou chegar ao Japão, mas foi náufrago por cinco vezes, sendo levado de volta às praias de Tang, e ficou cego. Mesmo assim, ele não desistiu de propagar o budismo e, na sexta tentativa, ele conseguiu chegar ao Japão, em 753. Ganjin construiu, em Nara, o templo Tôshôdai-ji, dedicando os últimos anos de sua vida à propagação do verdadeiro budismo entre os japoneses.
      O sofrimento dos camponeses
      Devido à alta taxa de impostos, serviço militar obrigatório e recrutamento para trabalhos diversos, os camponeses moravam em casebres e levavam uma vida miserável, passando fome, mal tendo com que se alimentar durante o ano todo. Para aliviar a carga tributária, surgiram os falsificadores do registro de família, ou mesmo aqueles que abandonaram o campo, fugindo para outras terras.
      Quando os arrozais começaram a dar sinais de abandono, ou tornaram-se insuficientes para a redistribuição, a corte consentiu a posse privada dos terrenos abandonados para o cultivo. Em 743, com a lei de posse definitiva dos arrozais recém - explorados, que permitiu a posse de terras, se transformadas em terreno produtivo em três anos, nobres e templos começaram a aumentar as suas propriedades rurais, fato que corroeu, aos poucos, o alicerce do sistema político de Ritsuryô.

      O despontar das literaturas

      Com o objectivo de deixar os fatos do passado para a posteridade, foram compiladas no período obras de referência histórica, geográfica e literária do Japão, depois de anos de intenso trabalho

      As primeiras obras de História do Japão (Kojiki e Nihon Shoki), de Geografia (Fudoki), e a antologia de poemas (Man’Yôshu) foram compiladas na Era Nara. Além delas, foram escritas outras obras de menor importância pelos clãs regionais ou a mando deles, já que o homem sempre teve o desejo de deixar para a posteridade os seus feitos.
      Kojiki
      É o livro de História do Japão considerado o mais antigo. A obra foi concluída em 712, a mando da imperatriz Genmei. Foi compilado por Ô-no-Yasumaro, com auxílio de Hieda-no-Are. Trata-se de uma obra em três volumes. No primeiro, são relatadas as peripécias dos deuses, desde a criação do arquipélago japonês; no segundo e terceiro volumes, as biografias dos imperadores, desde o primeiro soberano do clã Yamato, o imperador Jinmu, que subiu ao trono em 660 a.C., embora considerado pelos historiadores como um personagem fictício para legitimar a linhagem divina da família imperial, já que ele é considerado descendente directo da deusa do sol Amaterasu Ômikami. A obra termina com o governo da imperatriz Suiko (592~628).
      No Kojiki, são relatados episódios como o do capricho da deusa do sol, Amaterasu Ômikami, que se escondeu na caverna deixando o mundo mergulhado nas trevas; a aventura de Susanô-no-Mikoto, que mata a gigantesca serpente de 8 cabeças usando sua astúcia; e outras histórias.
      Nihon Shoki
      Primeiro livro oficial de História do Japão, foi concluído em 720 e compilado pelo príncipe Toneri Shinnô, terceiro filho do imperador Tenmu, e muitos outros. É uma obra de 30 volumes, que começou a ser compilada na época do imperador Tenmu (673 ~ 686) e levou 39 anos para ser concluída. Como há muitas citações de obras chinesas e coreanas, acredita-se que houve a participação de muitos kika-jin (intelectuais estrangeiros naturalizados) em sua confecção. Assim como Kojiki, relata desde os tempos dos deuses até a imperatriz Jitô (645~702), esposa do imperador Tenmu, que ocupa o trono após a morte do marido (690~697).
      Fudoki
      Em maio de 713, a imperatriz Genmei ordena que sejam feitos relatórios de cada região (fudoki) seguindo os cinco itens abaixo:
      • Colocar o nome nas comarcas formado por dois ideogramas auspiciosos;
      • Relatar todos os produtos (tudo que se colhe da natureza, excepto os produtos agrícolas e manufacturados), plantas, peixes, aves e animais da comarca;
      • Detalhar as condições dos solos; se são férteis ou não; terras produtivas e as que possam se tornar produtivas;
      • Descrever montanhas, rios, campos e explicar a origem de seus nomes;
      • Anotar as lendas contadas por anciãos.
      Dessa forma, devem ter sido entregues fudoki de mais de 60 regiões, mas foram conservados até os dias de hoje apenas 5 fudoki, a saber: de Izumo-no-Kuni, Hitachi-no-Kuni, Harima-no-Kuni, Bungo-no-Kuni e Hizen-no-Kuni. De entre eles, o único que existe ainda hoje na íntegra é o Izumo-no-Kuni, fudoki concluído em 733, no qual constam as descrições de Izumo-no-Kuni, atual província de Shimane, e de seus templos xintoístas e budistas, montanhas, rios, estradas e produtos da natureza.
      Harima-no-Kuni (actual província de Hyogo) fudoki, um dos primeiros a ficar pronto, foi concluído por volta de 715, com registro de muitas lendas populares num estilo bastante singelo. O fudoki de Hitachi-no-Kuni (actual província de Ibaraki) deve ter sido concluído entre 717 a 724, e os de Bungo-no-Kuni (actual província de Oita) e de Hizen-no-Kuni (actuais províncias de Saga e Nagasaki), por volta do ano 739.
      Man’Yôshu
      É a antologia de poemas japoneses mais antiga, contendo mais de 4.500 poemas distribuídos em 20 volumes. Não se sabe ao certo quem reuniu e compilou todos os poemas, mas supõe-se que, no início da Era Nara, já houvesse um original reunindo os diversos poemas, aos quais o nobre Ôtomo-no-Yakamochi juntou a antologia de poemas da sua família, fez a revisão geral e concluiu a obra por volta de 760.
      Nos últimos volumes, constam os poemas da autoria de Ôtomo-no-Yakamochi escritos após 746. Além dele, a antologia reúne poemas de imperadores, nobres, humildes camponeses, poetas da corte e outros tantos poemas de autoria desconhecida.
      Destacam-se, por seu alto teor literário, os poemas de Nukata-no-Ôkimi, amada do imperador Tenmu, Kakinomoto-no-Hitomaro, poeta da corte, Yamanoue-no-Okura, filósofo de grande conhecimento que fez parte de uma das missões a Tang (China), e muitos outros poetas.
      Os poemas foram escritos em kanji (ideograma), porém, levando em conta apenas as suas leituras, ou seja, utilizando-os apenas como fonogramas (kana). Assim, esse tipo de recurso da escrita recebeu a denominação de man’yô-gana, ou seja, fonogramas de man’yô-shu. Das escritas cursivas desses man’yô-gana, criaram-se, mais tarde, os fonogramas hiragana.

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      • #18
        História do japão - Eras 1 to 5

        jovem tas mto la! :palmas
        keep the good work

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        • #19
          História do japão - Eras 1 to 5

          DarkPilot! Digo-te, impecável!

          Ainda te mando um desafio... já que estás numa de trabalhar impecavelmente, desafio-te a colocares aqui as teorias e estratégias do General Sun Tzu.

          Esse tambem uma belissima leitura. ;)

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          • #20
            História do japão - Eras 1 to 5

            Já li isso.......

            Não tem nada de mais, são estratégias simples e o mais eficazes possivel... Se arranjar isso em formato digital, ainda meto ai...

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